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Não menstruar é normal?

Para saber se a ausência da menstruação é uma alteração a se preocupar, é necessário compreender a fase da vida, as circunstâncias e o tempo de duração da interrupção da menstruação.

A falta da menstruação é chamada de amenorreia, pode ser dividida em primária ou secundária. Considera-se amenorreia primária, quando a primeira menstruação não ocorre até os 14 anos e não há o desenvolvimento das características sexuais secundárias – crescimento das mamas, dos pelos pubianos, pelos axilares e redistribuição da gordura na região do quadril – ou se, apesar de ocorrer o desenvolvimento dos caracteres sexuais, a menstruação não iniciar até os 16 anos.
Já a amenorreia secundária caracteriza-se pela ausência de, no mínimo, três ciclos menstruais ou seis meses seguidos, em mulheres que menstruavam com regularidade.

Hoje falaremos sobre a amenorreia secundária.

Causas de amenorréia secundária:
  • Fisiológica – ocorre durante a gestação, amamentação, menopausa;
  • Medicamentosa - induzida por hormônios, na maioria das vezes relacionado com o uso de anticoncepcionais, alguns antidepressivos, antialérgicos, anti-hipertensivos, drogas ilícitas, medicamentos usados para o tratamento de distúrbios digestivos e corticoides. 
  • Patológica – alguma alteração que leve a parada da menstruação.

Quando a suspensão da menstruação é induzida por contraceptivos hormonais, isso não leva a prejuízo na saúde, em geral visam maior comodidade para paciente, bem como controle de sinais e sintomas menstruais, incluindo a TPM, cólicas, hemorragia.
No entanto, quando a interrupção da menstruação ocorre por mais de 3 meses, de forma não programada, além de poder corresponder a uma gestação, existe a preocupação quanto ao estado de saúde da paciente, ou aparecimento precoce dos sintomas da menopausa.

O sistema hormonal é comandado por um sistema complexo chamado de Eixo Hipotálamo-Hipófise-glândula alvo, que se inicia no cérebro e é responsável por toda liberação de hormônios do nosso corpo. No caso do ciclo menstrual, a glândula alvo são os ovários. Caso haja um distúrbio no hipotálamo, na hipófise, no ovário, ou nas outras glândulas liberadoras de hormônios, esse distúrbio pode levar à amenorreia.
Condições que podem comprometer a função glandular estão citadas abaixo:

Disfunções no Hipotálamo:
  • Estresse ou excesso de exercícios (atletas com baixo peso corporal)
  • Alimentação desequilibrada (distúrbio alimentar/ perda excessiva de peso/ desnutrição/ ganho excessivo de peso/ obesidade)
  • Distúrbios mentais (traumas psíquicos/ depressão/ transtorno obsessivo-compulsivo)
  • Radioterapia
  • Tumor cerebral
  • Derrame cerebral (AVC)
Disfunções na Hipófise:
  • Mau funcionamento da Hipófise – principalmente o aumento da produção da prolactina
  • Tumor na hipófise
Disfunções nos Ovários:
  • Mau funcionamento dos ovários levando a produção inadequada da progesterona, estrogênio, testosterona - em especial a Síndrome do Ovário policístico (SOP) e a menopausa precoce/Falência Ovariana (menopausa antes dos 40 anos)
  • Tumor ovariano
Disfunções em outros órgãos que podem interferir no ciclo menstrual:
  • Mau funcionamento da tireoide - hipo e hipertireoidismo
  • Hiperplasia Adrenal Congênita, Síndrome de Cushing ou mau funcionamento das glândulas adrenais
  • Fatores relacionados ao útero (histerectomia, cicatrizes uterinas após parto ou curetagem)
  • Medicamentos - antidepressivos, antialérgicos, anti-hipertensivos, drogas ilícitas, medicamentos usados para o tratamento de distúrbios digestivos e corticoides 

Sinais de Alerta

Quando a menstruação não está presente, alguns sintomas são motivos de preocupação:
  • Desenvolvimento de características masculinas, como excesso de pelos no corpo, engrossamento da voz e aumento do tamanho dos músculos
  • Alteração significativa no peso corporal
  • Saída de leite espontaneamente pelo mamilo (sem estar em fase de amamentação)
  • Alteração da visão (perda de campo de visão)
  • Dor de cabeça constante
  • Mudança abrupta do ciclo menstrual

Eventuais Complicações
  • Infertilidade
  • Aumento da camada interna do útero (endométrio) que pode evoluir para câncer de endométrio
  • Menopausa precoce
  • Desenvolvimento secundário de: diabetes, pressão alta, colesterol elevado, osteoporose
  • Outras complicações à depender se o achado foi de tumor em alguma das regiões citadas anteriormente.

Diagnóstico

Para o diagnóstico da causa da amenorreia é importante uma avaliação feita pelo ginecologista que levará em conta o histórico da paciente, histórico familiar, bem como seu estado psíquico e físico. 
Como as alterações muitas vezes acontecem no hipotálamo, na atualidade, um ponto de atenção é o estado de estresse e estafa mental.
Dependendo do que o médico suspeitar, ele poderá pedir:
1) Exames de sangue gerais
2) Exames hormonais
3) Exames de imagem: Ultrassom transvaginal, ressonância da hipófise, tomografia.


Tratamento

O tratamento dependerá da causa da amenorreia.


Orientações Gerais
  1. Se a menstruação ficar irregular, não deixe de procurar seu ginecologista, pois as consequências da amenorreia podem ser diagnosticadas precocemente e o tratamento pode evitar danos futuros.
  2. Lembre-se de não exagerar nos exercícios físicos e de não deixar o stress e a ansiedade tomarem conta da sua vida, pois ele pode interferir na ação do hipotálamo, atrapalhando todo eixo hormonal.
  3. Uma dieta balanceada evitará a obesidade e a desnutrição, foco importante para o bom funcionamento do eixo hormonal. 
  4. Lembre-se de informar ao ginecologista se está sob algum tipo de tratamento, seja ele nutricional, estético ou para doenças agudas/crônicas.

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